Nessa semana um dos assuntos mais comentados foi o clipe de Childish Gambino, nome adotado por Donald Glover para sua carreira musical.
Não podia nem deveria ser diferente. O clipe da música intitulada This Is América causa incômodo porque escancara a violência particularmente contra o negro que ninguém quer comentar em principalmente nos Estados Unidos, mas que está espalhada pelo mundo todo.
Joga na nossa cara como nos distraímos diante do que acontece. Mostra o racismo que muitas vezes negamos.
Escolhi então falar de Histórias Cruzadas.
Histórias Cruzadas é de 2011 e tem direção e roteiro de Tate Taylor que também dirigiu Get on up: A História de James Brown e mais recentemente A Garota do Trem, o filme é baseado no livro A Resposta da escritora Katryn Stockett ( ela faz uma ponta no filme) que disse ter escrito o livro em homenagem a empregada da família que a criou pois seus pais sempre estavam ausentes.
Antes de continuar a escrever preciso dizer que apesar de gostar muito do filme eu tenho minhas ressalvas pois é dirigido e escrito por brancos.
"mas Guta o que tem demais nisso?"
Tem que a ótica é outra. Vamos pra um exemplo mais recente?
Será que Pantera Negra seria da mesma forma se a direção não fosse de Ryan Coogler e roteiro de Coogler e Joe Robert Cole? E no lugar deles tivessem sido um diretor e roteirista brancos?
E a Lola , do Escreva Lola Escreva se aprofundou bem nesse assunto:
HISTÓRIAS CRUZADAS, CRITICAS CERTEIRAS . Podemos não concordar com tudo que ela escreveu mas vale sim a reflexão.
Vamos voltar pro filme...
Histórias Cruzadas se passa na década de 60 , mais precisamente em 1962 onde os negros lutavam contra a segregação racial e a favor dos direitos civis e vem contar essa história através do Mississipi e suas famílias brancas lindas com suas empregadas negras.
E quem vai contar a histórias dessas empregadas é Eugenia "Skeeter" Phelan ( Emma Stone, ela de novo aqui) que acaba de se formar em jornalismo, volta a sua cidade natal e sonha em ser escritora .
Ao assumir a coluna sobre conselhos domésticos do jornal local acaba se aproximando de Aibileen Clarck ( Viola Davis).
Conforme elas conversam e por intermédio de Aibileen, Skeeter conhece também Minny Jackson ( Octavia Spencer) e com as histórias que elas contam resolve escrever um livro. Acontece que ela precisa de mais histórias e nem todas as empregadas querem colaborar. E o medo de mesmo sendo histórias com personagens anônimos ou fictícios elas poderiam perder seus empregos caso suas patroas se identificassem nelas. Se elas quisessem assumir as coisas relatadas.
Por fim, Minny tem uma carta na manga, uma história que se publicada não faria com que ninguém contestasse as demais...
O filme tem em Aibileen sua parte mais dramática e em Minny seu alívio cômico e por isso é super bem dosado. O figurino e a fotografia são espetáculo a parte.
E no elenco contamos com Allison Janney como Charlote Phelan, mãe de Skeeter sempre ótima, Jessica (amor da minha vida 2) Chastain no papel de Celia Foote , patroa de Minny que a emprega depois dela ser demitida por Hilly Holbroock vivida por Bryce Dallas Howard , vocês a conhecem por Black Mirror e Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros e descobri que ela é filha do diretor Ron Roward.
Ah e não menos importante, aliás ela é bem importante no filme, Sissy Spacek como Missus Walters, mãe de Celia.
Eu tinha pensado em colocar como música Jackson ( Johnny Cash e June Carter) ou Don't Think Twice, It's All Right ( Bob Dylan) mas resolvi ficar com Hallelujah I Love Her So do Ray Charles.
Hallelujah I Love Her So é do álbum Ray Charles de 1956 e ficou em quinto nas paradas da Billboard.
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é nessa cena que toca a música que eu escolhi, rs |
Pra finalizar dia 13 de maio é dia da abolição da escravatura no Brasil e esse é mais um assunto pra gente refletir não é mesmo ?
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