sexta-feira, 30 de julho de 2021

As pessoas nos dão aquilo que elas podem dar, nada mais nem menos!


 Faz alguns meses eu comecei a fazer uns cursos de Umbanda e logo de início o coordenador do curso começou a falar sobre nossa relação com nossos ancestrais.
Que devemos conhecer suas histórias, aprender com os erros afim de não repetir esses erros e agradecer pois se estamos aqui hoje, devemos a eles.
Por conta disso comecei a procurar mais informações sobre meus avós, bisavós... Nessa "descobri" de que lugar do Japão eram meus avós paternos e que eles eram Capricornianos, tanta coisa se explica ( falou a maluca dos signos), entre outras coisas. 
 




Já da parte da minha mãe, fiquei sabendo que meus bisavós se misturam em portugueses, italianos, mineiros e indígenas. Que meus avós são do interior de SP e não muito mais. Não sabemos se minha avó era MERCHIORI ou MARCHIORI ( será se sou parente da Val?).





No meio de tudo isso veio o Oscar e entre os filmes indicados tinha Minari, que eu dei o meu famoso selo Caguei pra esse filme. Maaaaaaaaaaaas começaram a falar sobre ele e fui ver o trailer e no trailer e numa das cenas aparece a avó jogando com o  neto um joguinho que eu jogava com meu pai e acendeu a luzinha "olha a ancestralidade aí", resolvi assistir. 



Minari (2020) é um filme estadunidense com roteiro e direção de Lee Isaac Chung. Lee tomou a história de sua família como inspiração para o roteiro do filme e é uma história bem comum e que certamente você tem algum parente ou conheça a história de alguém que veio de outro país (ou de outro estado, de outra cidade) para tentar uma vida melhor.
Chung numa entrevista ao The New York Times revelou que ficou com receio de seus pais se sentirem ofendidos pois o filme é praticamente autobiográfico, já seus pais ficaram com receio da reação dos coreanos com o filme. 
Minari conta a história de Jacob (Steven Yeun), o pai da família coreana que sai da Califórnia para uma fazenda no Arkansas. Jacob tem o sonho de prosperar e a sua ideia é bem interessante. Ele quer produzir vender produtos coreanos para fornecer aos mercados pelos EUA já que tem muitos coreanos no país e que sentem falta de alimentos desse tipo. 
Jacob não está sozinho, tem com ele sua esposa Monica (Han Ye-Ri) e seus filhos Anne (Noel Cho) e David (Alan S. Kim). Monica não está nada feliz de ter saído da California e ido pro meio do mato e a gente até entende sem nem saber como era a vida dela antes. 
Eles chegam e a casa não dá pra exatamente ser camada de casa. Eles trabalham separando pintinhos fêmeas de machos e de noite e nas folgas Jacob se dedica a sua plantação. 
No meio de vários contratempos eles recebem a mãe de Monica, Soonja (Yuh-Jung Youn - se você assistiu a cerimônia do Oscar foi a vencedora de Melhor Atriz Coadjuvante), é muito interessante observar a relação da família, a resiliência, a paciência e até a falta dela. 
É chover no molhado dizer que as cenas entre David e Soonja são memoráveis e que as vezes (muitas vezes) a gente despreza a sabedoria dos mais velhos como quando Soonja dá sua opinião sobre como a filha cuida do neto e o que ela tem que fazer pra que ele seja saudável.
A cena preferida do diretor é uma em que todos estão reunidos jantando, vendo um progrma na tv que está gravado em fita VHS e Soonja comenta sobre a música que está tocando. Para Chung a cena é cheia de recordações e simbologias. 



Minari é bem lento, como disse Inácio Araujo na sua crítica, parece que nem o próprio Chung acredita muito no filme mas ele merece sim sua atenção, você acaba se envolvendo com as adversidades e torcendo para que a família seja feliz mas fica o questionamento o que te faz feliz? Do que você precisa de verdade pra dizer que você é feliz?
Assim como o post de "Você não estava aqui" A uberização da vida esse também não tem trilha sonora. 
Bom final de semana e já aviso que semana que vem devo fazer mais 2 postagens, oremos.