Há alguns anos eu comprei 2 livros da coleção Antiprincesas mas só comprei da Frida e da Clarice Lispector mas o vendedor falou: "Tem o da Violeta Parra mas só em espanhol". Dei de ombros porque nem sabia quem era.
Um dia cheguei em casa ( que hoje é a casa da minha mãe) e estava passando no Telecine um filme chamado Violeta ( não sei se tinha complemento) e também ignorei.
Daí que em Outubro fomos pro Chile, Santiago mais precisamente, passar uns dias. Eu não tinha nada em mente que queria fazer e/ou visitar, diferente do Fernando.
Num desses dias fomos a casa do Neruda e vimos que por perto da estação de metrô que embarcaríamos pra ir pra "casa" tinha o museu Violeta Parra, e fomos visitá-lo.
Talvez se eu tivesse dado a devida importância tanto quando o menino me ofereceu o livro ou quando o filme estava passando dia sim e o outro também no Telecine.
Mas como dizem: Antes tarde do que nunca.
O museu é uma graça, tem uma sala onde passam videos que contam a vida dela, as tapeçarias, bordados, alguns escritos. Dá pra saber por aqui : mapa do museu
Vocês devem estar se perguntando porque eu to escrevendo isso se o blog é sobre filmes e trilhas sonoras?
Por que depois dessa visita a gente ( tá, o Fernando - e na verdade ele se interessou pelo filme antes, acho.) resolveu assistir o filme.
Violeta foi para o céu é um filme de 2011, é uma co-produção Chile/Brasil/Argentina dirigido por Andrés Wood ( que também dirigiu Machuca - que eu preciso rever) e conta a história de Violeta Parra. É importante que eu diga que o filme é um pouco lento e a narrativa não é linear.
O filme tem aspecto de filme mesmo porque tem filme que o diretor faz de uma maneira pra parecer documentário. Não é o caso.
É interessante ver filmes biográficos porque te faz entender o obra da pessoa porque mostra como foi a vida dela. Violeta foi uma mulher incrível e se formos pensar na vida que ela levou, perdeu a mãe bem cedo. O pai era genial porém tinha problemas com álcool. Seu irmão Nicanor se considerava anti-poeta pra se contrapor a Neruda e seu outro irmão Roberto, era folclorista.
Sempre esteve envolvida com a música por causa de seu pai e de seu outro irmão. Se apresentou com os filhos Angel e Isabel , gravou com a irmã Hilda. Apesar de muito independente era bastante ligada a família mas não aos conceitos engessados de família. Violeta também teve o seu envolvimento com o comunismo por conta de seu casamento com Luis Cereceda. O filme não detalha muito essas coisas mas mais a carreira artistica, sua ida a França e a Polônia, seu relacionamento com Gilbert Favré, sua infância e um pouco do seu relacionamento familiar.
Violeta foi compositora, ceramista, cantora, artista plástica, considerada a mais importante folclorista e fundadora da música popular do Chile.
A música que escolhi é "Volver a los 17" que foi regravada por Mercedes Sosa e Milton Nascimento e fala de luta, encorajamento.
Violeta merece que a gente saiba de sua história e que demos valor a sua arte.
Gracias por tu luz, Violeta Parra.