quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Keep on with the force


Alguns artistas são indiscutíveis aqui em casa.
Exemplos?
The Beatles, Elvis, Morrissey, Michael Jackson. Eis que num final de semana eu estava cozinhando ( pra variar) e o Fernando arrumando os nossos livros, colocou um som pra gente ouvir. Em dado momento colocou Off The Wall.
Ele sempre comenta que tem álbuns que são tão bons que parecem coletâneas, dá pra ouvir de cabo a rabo. Off The Wall sem dúvidas é um desses.
O álbum foi lançado em agosto de 1979 logo após Michael ter conhecido Quincy Jones nas gravações de The Wiz ( traduzido como : O Mágico Encantador) em que Michael fazia o espantalho. Eu gostava desse filme mas ele foi um fracasso de bilheteria.
Mas antes de falar do álbum quero falar que por fazer pesquisa sobre o que vou escrever acabei "descobrindo" um documentário que foi lançado com a edição de aniversário do álbum. Documentário dirigido por Spike Lee e fala desde e o início da carreira de MJ até a gravação de Off The Wall. Fernando que é o santo que vocês já conhecem baixou o doc e a gente assistiu. O que foi ótimo pois pude entender tudo que esse álbum representa. Sua importância no mundo da música.
O documentário se chama Michael Jackson's Journey from Motown To Off The Wall. Esse doc é tão necessário pra quem gosta do Michael quanto This is it.
Por conta do doc fiquei sabendo que Off The Wall nasce da necessidade/desejo de MJ se desvincular do Jackson 5/The Jacksons.  Ele queria cantar sozinho.
Ligou pra Quincy pra perguntar se ele conhecia alguém que produziria um álbum dele.
Oxi meu filho, quem não faria?
Quincy que não era bobo nem nada disse: Eu, uai!
Michael compôs 3 músicas do álbum que ainda tem uma música coposta por Paul McCartney e outra por Stevie Wonder.
A música que eu mais gosto desse álbum é "Rock With You" que foi uma das compostas por MJ mas a escolhida do post é "Don't Stop Till Get Enough". O clipe foi dirigido por Nick Saxton e hoje em dia é bem bobo mas pra época era uma inovação: MJ de terno , dançando  cantando, sorrindo com várias imagens no fundo.


Ele ganhou seu primeiro Grammy com essa música e também um American Music Awards.
Eu não achava de jeito nenhum um filme que tivesse essa música na trilha então me lembrei que em algum post antigo eu havia achado um site que relaciona a música com a cena em que ela toca. E achei , o filme é Vestida Para Casar.

Vestida Para Casar é uma comédia romântica de 2008, com roteiro de Aline Brosh McKenna .
Outros roteiros dela? O Diabo Veste Prada, Leis da Atração, Uma Manhã Gloriosa , Não Sei Como Ela Consegue.
A direção é de Anne Fletcher que dirigiu: Se Ela Dança, Eu Danço, A Proposta ( que eu adoro), Belas e Perseguidas ( nunca vi, e esse título é horrível, parece filme pornô).
Katherine Heigl é Jane , uma mulher que se dedica aos amigos e ao trabalho. Se dedica tanto aos amigos que sempre que alguém vai casar ela está lá ajudando em tudo e mais um pouco. Com isso ela acaba colecionando os vestidos , 27 vestidos onde ela foi dama de honra.
Claro que Jane tem o sonho de ter suas próprias damas de honra e quem é o amor da vida dela, e só por parte dela?

Seu chefe, George, interpretado por Edward Burns. Eu não sei em que momento da minha vida euo achei gato, rs. Hoje ele não tem nada demais pelo menos pra mim.
Ela é aquela funcionária dedicada, esforçada, quase tediosa. Sabe?


Então sua irmã Tess ( Malin Akerman) chega no pedaço. Tess é acabou de terminar um relacionamento, é completamente fútil mas tem uma suavidade e um vigor que falta em Jane.
George se interessa por Tess que finge ser o que não é: amante dos animais, vegetariana. Tudo que George é e gostaria de ter numa companheira.
Em meio a tudo isso aparece Kevin ( James Marsden) um jornalista que acha a agenda de Jane e fica curioso e resolve fazer uma matéria sobre esse "hobby" que Jane tem de organizar/participar de casamentos.


Claro que enquanto Kevin acompanha Jane nessa sua rotina de casamentos ele se apaixona por ela, Jane acha que ama George, George acha que ama Tess e Tess por sua vez ama a si mesma. Será?


A trilha sonora além de Don't Stop 'Till Get Enough conta com :
Valerie



Benny and The Jetts:




Vestida Para Casar é uma comédia romântica com todos os elementos de uma comédia romântica. Eu gosto bastante.
Bom feriado pra quem é tem feriado como eu. Até semana que vem.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

E quando a gente vira nossos pais?


Vocês tem birra com algum ator, alguma atriz , diretor (a) ?
Eu tenho várias birras, por exemplo: Colin Farrel, Woody Allen, Maria Ribeiro, Paulinho Vilhena... E ainda assim dou "chances" a essas figuras. Como se eles precisassem de mim, hahaha.
Então ano passado estreou um filme com quem?? Maria Ribeiro e Paulo Vilhena mas dirigido por uma querida: Lais Bodanzky.
Como Nossos Pais não é mais um filme sobre Elis e muito menos sobre o Belchior ( ninguém tem em mente fazer um filme sobre ele, não??) apesar de ter uma relação com a música, relação bem bonita aliás.


Rosa é uma mulher de 38 anos que como muitas mulheres que conhecemos trabalha ( e sustenta a casa), cuida da casa, das filhas, de tudo. Eis que num belo dia , almoço de família, a mãe elogiando o o genro e desdenhando da filha... Cutuca daqui, cutuca dalí, o marido aquele feministão que a gente adora (contém ironia) tá lá lavando a louça na casa da sogra e dançando com as crianças na chuva, olha eleeeee.


E Clarisse resolve revelar pra filha que o seu pai não é seu pai biológico. E é a partir daí que tudo começa a desmoronar. Rosa fica realmente desnorteada com a notícia. Ela busca apoio no marido, apoio esse que não vem porque apesar dele querer passar a imagem de super colaborador é obvio que ele acha que ele e o dele é mais importante e ele abriu mão de muita coisa pela vida que eles levam hoje, como jogar bola com os amigos , por exemplo.
Rosa não está satisfeita com o trabalho dela, ela queria ser dramaturga.  E num dia ela resolve escrever um roteiro e enviar pra um concurso ao mesmo tempo que está fazendo um relatório pra empresa que ela trabalha. Dá pra imaginar o que acontece?
Pois é, ela manda o relatório pro concurso e leva o roteiro pra empresa.


Ela é demitida, claro. No dia seguinte a isso ela está terminando de arrumar as filhas pra escola e o marido, Dado, está de saída pra um congresso. A filha mais velha é bem insuportável, tá , é criança birrenta. Normal. Ele sai, ela lembra que ele tinha que ter assinado uma multa. Ela vai a janela pra chamá-lo e o vê cumprimentando uma mulher. Quem é ela? Eles estão tendo um caso?
Essa dúvida pra mim não ficou esclarecida.
Então ela vai ao mercado, encontra o pai de um colega da escola das filhas e ele sim dá ouvidos as reclamações dela.


É relevante que eu fale desse cara? Sim. Porque ele que a encoraja a procurar a mãe e esclarecer esse fato dela não ser filha do pai, que é interpretado por Jorge Mautner. Em alguns momentos eu tenho quase certeza que ele improvisa e que os risos de Rosa não faziam parte do roteiro. É aí que minha implicância com a Maria Ribeiro sumiu um pouco. Ela de fato parece ser a Rosa, a relação dela com o pai parece ser natural demais, assim como com a mãe.
Ela procura a mãe que conta quem é o pai biológico, ela some. E aparece o pai tentando cuidar das meninas.
Ela vai atrás do pai, nessa ida atrás do pai tem uma cena que a princípio eu pensei: "PRA QUE ISSO"?
Mas depois, refletindo, é o começo da libertação da Rosa. Ela aparece nua, de costas em frente a janela de onde ela está hospedada. É a libertação!
Numa outra conversa com a mãe ela fala que além de querer falar que Rosa não é filha de Homero também queria comunicar que está com câncer.
Rosa vive um conflito de não querer ser e ser como os pais, quem nunca se perguntou : 'Quando eu foi que virei minha mãe ( meu pai)?"


Não é meu filme preferido da Lais mas vale o entretenimento.
Sobre a música do post, eu ia falar de Show das poderosas da Anitta, mas só passar pra vocês que a música foi colocada no filme como um pedido de desculpas da própria diretora a cantora. Lais disse numa entrevista que quando Anitta surgiu ela mesma falou mal da cantora e depois foi vendo que não era como ela pensava.
A trilha conta com Como nossos pais, não cantada, apenas tocada e a cena é linda.
E Super Mulher, Jorge Mautner. Essa música está no álbum Pra Iluminar A Cidade, 1972.


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

70 % é inspiração 30 % é uisque!

Era pra eu ter feito um post quinta passada para o filme sobre o Morrissey mas eu não consegui. Não por falta de tempo mas porque é muito difícil escrever sobre ele.
Então deixei ele pra lá e no domingo assistimos Bingo - O Rei das Manhãs.


O filme é sobre Arlindo Barreto, o primeiro Bozo com relevância ( o primeiro Bozo foi Wanderley Tribeck), que por direitos autorais virou Augusto Mendes e Bingo,  mas todo mundo sabe que é o Bozo.
Muita gente já tinha me falado que o filme era muito bom, que Vladimir Brichta estava espetacular e resolvemos conferir.
Bingo foi a escolha do Brasil pra tentar uma vaga para melhor filme estrangeiro, o filme é bom, muito bom mas não é filme de Oscar, infelizmente.


A direção do filme é de Daniel Rezende que como diretor tem poucos filmes no seu curriculum mas como editor tem uma porção, até ganhou um BAFTA por Cidade de Deus.
O roteiro é de Luiz Bolognesi que é roteirista de vários filmes maravilhoso e que eu amo demais como:  As Melhores Coisas do Mundo, Bicho de Sete Cabeças, Chega de Saudade e Elis. Fiquei sabendo nas pesquisas que ele também é um dos roteiristas de Como Nossos Pais que eu to louca pra assistir.


É claro que o filme tem seus exageros e apelos porque tem que ter. Vocês lembram de Peixe Grande?
Que graça teria se as história fossem contadas exatamente com aconteceram?
Eu sempre achei o Bozo muito louco mas não fazia ideia do porquê e com o filme a gente entende. Ele não parecia muito louco, ele vivia muito louco.


No filme Augusto é divorciado de Angélica ( Tainá Muller) com quem um dia contracenou num dos filmes de pornochanchada , se casaram e tiveram um filho. Angelica é uma mistura de duas ex-esposas de Arlindo, Angelina Muniz e Zelia Diniz. Zélia não foi tão famosa quanto Angelina mas foi com ela que Arlindo teve um filho.


Sua mãe de Augusto é Marta, interpretada por Ana Lucia Torre. A mãe de Arlindo foi Marcia de Windsor, me lembro da minha mãe falando algo dela. Ela foi bem famosa e no final da carreira era jurada do programa de Flavio Cavalcante.
Temos a Tv Globo retratada como Tv Mundial. Tem Boni disfarçado e tudo mais.
Até a frase que coloquei como título desse post que é dita por Brichta foi alterada por Bolognesi, Arlindo dizia: "É preciso 90% de inspiração, 5% de fé e inspiração e 5% de saber aproveitar as oportunidades". Acho que prefiro a do roteirista.
Arlindo foi sim ator de pornochanchada, teve problema com drogas, álcool e hoje em dia é evangélico e se apresenta na igreja vestido de palhaço.
Tem outros acontecimentos que é melhor não contar pra que vocês não deixem de assistir. Mas posso afirmar que Vladimir dá um show. Ah, Gretchen não teve o identidade trocada e é interpretada por Emanuelle Araujo.


Não consegui descobrir se as músicas que Augusto coloca pra tocar no filme eram as músicas que ele gostava e confesso que espero que sim. É muito legal a relação dele coma as fitas cassetes, me fez lembrar de Guardiões da Galáxia.



E da trilha que é ótima ( tem aqui ó: Bingo O Rei Das Manhãs Spotify ) e 99 Luftballons (ou 99 Red Balloons) -  Nena que eu escolhi pra falar.
99 Luftballons é uma música do grupo alemão Nena e foi lançado em 1983 no álbum de mesmo título. Eu não sabia, e aposto que muita gente também não, que é uma música antiguerra e fala do sonhos perdidos dos alemães depois da Guerra e os balões representam esses sonhos.
A letra surgiu depois que o guitarrista da banda viu num show em Berlin Ocidental feito pela Rolling Stones, balões serem soltos se movendo e mudando de forma. Ele até viu alguns com formato de OVNI. Então ele pensou o que aconteceria se esses balões fossem parar do lado soviético... Que viagem, rs
Além do original com Nena:



Tem também essa versão com Goldfinger:


E essa com 7 Seconds:


Bingo é imperdível, mesmo! Boa semana. Ah, Feliz 2018!