terça-feira, 31 de outubro de 2017

You'll float too



Você gostava de palhaços quando criança? Você conhece crianças que amam palhaços?
Nunca achei muita graça em palhaços e muitas vezes eles são bem assustadores e Pennywise era pra mim um desses.
Juntando isso com meu medo de filme de medo a saga para assistir It - A coisa, foi bem complicada.
Como já falei aqui outras vezes sempre que eu me interesso por algum filme eu leio bastante a respeito, dou preferência a posts/críticas sem spoilers.
Fernando estava ansioso para assistir porque ele além de gostar de filme de medo/terror tem uma relação afetiva com o filme original e queria saber se o remake seria tão bom quanto.
Bom, o filme estreou e a gente tinha combinado de ir ao cinema no sábado. De sexta pra sábado eu levantei de madrugada e falei " Não vou! Me perdoa mas já tô morrendo de medo sem ter visto o filme imagine depois ?"
E o Fernando não é a pessoa mais paciente do mundo mas comigo ele tem essa paciência sim porque eu mudo de ideia toda hora, TODA HORA.
Durante a semana li bastante sobre o filme e um post em especial me fez querer assistir, esse aqui:
It- a coisa - Bev e a cultura do estupro , e se tem uma coisa que me deixa pistola é essa coisa de cultura do estupro.


Então falei pro Fernando que iríamos no final de semana.
Esse It é um remake ou se preferirem uma nova adaptação da obra de Stephen King e vai nos contar a de o misterioso desaparecimento de pessoas , na maioria crianças, na cidade de Derry.
Começa com Georgie pedindo pra seu irmão Bill fazer um barquinho de papel pra ele, Bill faz e Georgie vai la brincar na chuva e coloca o barquinho na enxurrada. Daí que o barquinho cai no bueiro. E nesse momento eu já tava pensando: não vá lá criança, não seja estúpido.
Claro que a criança vai e quem é que tá lá no bueiro esperando a criança?
O palhaçoooooooo!
E ele fica lá conversando com o palhaço e eu desesperada. Ele não sai, a coisa pega ele, ele some, aff Jesus!

A coisa  aparece como os medos dos personagens ( Clube dos perdedores), podendo ser traumas recentes ou do passado. Como diz no post das Valkirias o trauma da Bev é a relação com o pai abusador e eles dazem questão de não deixar isso de maneira explícita, o que é pior porque a gente imagina, e a atmosfera sufocante da casa que nos deixa mal e aquele pai nojento, eca.
E de um dos meninos é um quadro no escritório do pai, do outro é ficar doente, do outro é a lembrança de um incêndio e alguém tem que ter medo de palhaço né ?
As crianças que fazem parte do Clube dos perdedores são maravilhosas e dão um show de interpretação. E a gente até consegue  achar semelhanças com Stranger Things porque na verdade a série que se baseia em elementos dos anos 80. Aliás todo mundo falou que essa versão é mais leve que a de 1990 e foi proposital.
As crianças vão tentar achar Georgie e acabam lutando contra essa "coisa".


Como quase todo filme que tem colégio como um dos cenários tem aquela turma de babacas que tem como objetivo encher o saco dos mais fracos. Dois eles tem papel importante na trama e quando eles pegam Mike pra torturar e esse acaba sendo salvo pelos outros nos rende uma das cenas mais engraçadas do filme e é a música dessa cena que é a escolhida para esse post.
Antes de eu entrar na questão da música quero falar que fiquei com algumas dúvidas sobre a história porque eu não li o livro.
Pennywise sempre foi assim? Se não, por que ele ficou desse jeito?
Na cena que Bill, Eddie e Richie estão saindo da escola Patrick fica olhando pro Richie e eu fiquei pensando : por quê?



Ou na cena onde Henry e seus amigos babacas estão torturando Ben e passa um carro com um casal que olha pro que eles estão fazendo e nada fazem mas dentro do carro sobe um balão vermelho... por quê??????? rs



It - A coisa (2017) é dirigido por Andy Muschietti que também dirigiu Mama.
Vamos à musica: Antisocial - Anthrax. A versão original é da banda de hard rock francesa Trust e está no álbum Répression e foi composta por Bernie Bonvoisin e Norbet Krief.



A versão do Anthrax foi gravada em 1988 no álbum State of Euphoria.



quinta-feira, 26 de outubro de 2017

B.A.B.Y



2017 está sendo um ano com muitos filmes bons e filmes muito bons. Um deles sem dúvidas é Baby Driver.
Ouvi e lí muitas críticas sobre o filme e em todas o destaque é a trilha sonora e sim, é o diferencial do filme.
E é claro que um blog que fala sobre trilha de filmes não poderia deixar de fora esse filme.
Baby Driver , virou Em Ritmo de Fuga, foi lançado em Julho de 2017 e tem como diretor Edgar Wright que eu achava que conhecia somente por Scott Pilgrim que eu adoro mas não foi só isso que ele dirigiu e que adoro, tem também Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso. Ah.. E Heróis da Ressaca que é mais um filme maluco dirigido por ele. Em todos esses filmes você percebe que Wright tem uma relação harmoniosa com a trilha sonora, que ele realmente gosta de música e faz escolhas super acertadas.
No elenco temos Ansel Elgort como Baby e aqui fica minha confissão de meu preconceito com o ator mas que acabou com esse filme, Jon Bernthal que eu não cnhecia mas o Fenando me falou que ele é o Justiceiro, Jon Hamm que eu só lembro por Mad Men ( que vergonha) e Eiza González que aparecem logo na abertura do filme. Kevin Spacey que é o chefe de tudo e Jamie Foxx que vai se juntar a turma depois.
Baby Driver conta a história de Baby , um jovem que por conta de um trauma de infância só consegue dirigir escutando música e faz isso para assaltantes comandados por Doc ( Kevin Spacey). Baby não faz esse serviço por vontade própria mas porque ele tem uma dívida com Doc e que eu não prestei a atenção no filme e não sei qual é, hahaha, mas o fato é que Baby nunca recebe o valor total pelo seu trabalho mas receber uma parte, que ele guarda no apartamento que ele mora com seu pai adotivo Joseph (CJ Jones) e a relação deles é maravilhosa e o fato dele ser surdo faz que tudo seja ainda mais mágico e tocante. 



O primeiro trio de assaltantes é composto por : Buddy (Jon Hamm), Griff (Jon Bernthal) e Darling (Eiza González) e Doc nunca repete os mesmos membros.




Então o segundo trio que Baby irá conduzir é composto por : Bats (Jamie Foxx), Eddie (Flea, sim aquele do RHCP) e JD (Lanny Joon).
Eddie e JD são pouco inteligentes e patetas , JD mais que Eddie que rende inclusive uma confusão pois Doc determina que eles usem máscaras de Michael Myers para o assalto e JD compra máscaras de Austin Powers personagem de Mike Myers.



Nesse meio tempo Baby conhece Debora, a atendente de lanchonete por quem ele se apaixona. Debora é interpretada pela atriz Lily James ( Cinderella, Downtown Abbey e está filmando Mamma Mia! Here we go again) que eu acho um pouco fraca e o papel era pra ser de Emma Stone daí que me faz pensar que Lily está boa pro papel e como não poderia ser diferente é a música que os une.


Por causa de Debora e porque Baby acha que o trabalho com o trio de Bats foi seu ultimo que ele resolve parar de servir Doc. Mas infelizmente não será possível pois Doc o convoca a fazer mais um serviço e dessa vez ele mescla os trios anteriores: Bats, Darling e Buddy



O filme tem sim um pequeno problema de ritmo eu ate acho que é proposital pois ele começa bem acelerado e dá um diminuída um pouco depois da metade do filme e o meu conselho é NÃO desista do filme porque ele vai te surpreender . E sim, vale cade minuto.

Curiosidades sobre o filme:
  • Logan Lerman ( Percy Jackson e Charlie de As Vantagens de Ser Invisivel) e Joey Boyega ( Finn de SW- O Despertar da Força) foram cogitados para o papel de Baby.
  • O roteiro do filme começou a ser pensado depois que Wright dirigiu esse clipe aqui : 


  • Iniciou esse roteiro em 1995 e só terminou em 2011.
  • O papel de Jon Hamm foi escrito especialmente pra ele. 
  • O nome do filme é inspirado na música de mesmo nome de Simon & Garfunkel.

Como já foi dito o grande diferencial desse filme é a relação dele com sua trilha sonora. Eu lembro
  de poucos filmes que tem essa relação.
Ele começa com BellBottoms ( The Jon Specer Blues Explosion) e na abertura do filme temos Harlem Shuffle - Bob & Earl e é dela que vou falar. 
A música foi composta e gravada por Bob & Earl em 1963 e regravada em 1986 pelos Rolling Stones no álbum Dirty Work, eu tinha esquecido dessa versão e lembrei quando fui pesquisar sobre ela. Keith tentou por anos colocá-la em algum álbum sem que Mick percebesse pois considerava que a música havia sido feita pra que ele cantasse. Eis que um dia eles estavam aquecendo antes de começar a gravar e Mick entrou no estúdio cantarolando a música. Todos pensaram, é isso. Gravaram em dois takes. 
Quem não lembra é essa versão : 


Esse clipe foi dirigido por Ralph Bakshi e John Kricfalus e foi o primeiro videoclipe a misturar animação com pessoas. Aliás Ralph depois dirigiu Mundo Proibido, com Brad Pitt e Kim Basinger.
A versão original serviu de sampler pra música do House of Pain, Jump Around.
É isso, rs. Semana que vem acho que teremos 2 posts, um na terça de relouin e outro na quinta.
Assistam Baby Driver, é muito muito muito bom!



terça-feira, 17 de outubro de 2017

I AM ROCK N' ROLL



Ano sim, ano não, eu arrisco dizer que todo ano, é a mesma coisa: sai o lineup dos festivais e boa parte das pessoa reclamam. Eu parei de reclamar porque cheguei a conclusão que os festivais não são pra minha geração e sim pra geração dos meus sobrinhos.
Há algumas semanas aconteceu o Rock in Rio e saiu o lineup do Lollapallooza do ano que vem. Eu conheço só os headliners e olhe lá mas perguntei pro meu sobrinho e ele disse que tá bem legal, Entenderam?
Não é pra nós velhinhos é pros jovens. Quando eu era jovem tinha o Hollywood Rock, Monsters of Rock, Close-Up festival e até o Free Jazz Festival mas era pra nossa geração e até pra gente tinha umas coisas que a gente não conhecia.
Num desses festivais tive a felicidade de ter visto o show do Aerosmith, foi no Hollywood Rock de 1994 e pra mim foi muito maravilhoso, Eles estavam com o álbum Get a grip nas paradas de sucesso ( eu ri escrevendo isso) então não tinha como o show ser ruim.
E lembro muito bem do impacto de ouvir Sweet Emotion ao vivo, era perfeito. Era como escutar o disco, que eu nunca tive mas tinha fitas K7 gravadas. Percebam que até a maneira de ter acesso a música era muito diferente.
A música do post é Janie's Got A Gun que não está no Get a grip, está no álbum Pump (1989). A música é composta por Steven Tyler e Tom Hamilton, ganhou o Grammy (1990) na categoria "Best Rock Performance By A Duo Or Group With Vocal".


A música fala de uma garota que atira em seu pai que abusava dela.Alguns trechos da música eram mais fortes e falavam exlicitamente que o pai estuprava a garota mas a pedido de John Kalodner, executivo da gravadora da banda, pediu que ele alterasse. Num dos sites que faço minhas pesquisa sobre as músicas cheguei a ler alguns comentários e em alguns deles as pessoas se identificam com a música e em muitos casos se sentiram ajudadas por ela para cessar a situação de abuso.
O clipe foi dirigido pelo meu querido David Fincher.


Em quais filmes temos essa música na trilha sonora? Só achei em "Os Cabeça de Vento" mesmo, se vocês acharem em algum outro podem me falar.
Os Cabeça de Vento é um filme de 1994 com roteiro de Rich Wilkes que também é roteirista de quase todos os Triplo Xxxxxxxxxxxxx, rs
Tem como diretor Michael Lehmann que também dirigiu Feito Cães e Gatos, Hudson Hawk - O Falcão está a solta, Minha mão quer que eu case. Desde 1994 ele tem se dedicado a dirigir séries como Californication, Blunt Talk, White Famous e Snowfall, eu só conheço Californication.
Os Cabeça de Vento conta a história de Chazz ( Brendan Fraser) e sua banda : The Lone Rangers.


Chazz é o líder, vocalista e guitarrista da banda que conta com o baixista Rex ( Steve Buscemi) e o baterista Pip ( Adam Sandler).
Chazz é o único que se dedica unicamente a banda e sua namorada o considera um encostado e não acredita em sua banda acabando até por expulsá-lo de casa. Ele então vai morar com seus companheiros de banda e acabam indo a um show do White Zombie e Chazz vê alí uma oportunidade de fazer sua banda ser conhecida: tocar na rádio.
E tinha que ser na KPPX - a rádio rebelde.
Eles conseguem entrar na rádio e enquanto conversam com o locutor, o diretor de programação está conversando com o advogado da emissora e eles estão decidindo o futuro da rádio, que terá toda sua grade de programação alterada e funcionários serão demitidos. A conversa entre Chazz e o locutor Ian ( Joe Mantegna) está sendo transmitida ao vivo e o diretor da rádio Milo ( Michael Mckean) entra no estúdio tirando satisfações o que gera um conflito e faz com que a banda ameace a todos e mostrem que estão armados. Sabe o advogado que estava conversando com o produtor da rádio?
Ele se esconde nos tubos de ventilação e chama a polícia. Então fica caracterizado que The Lone Rangers sequestrou a rádio.


Eles então iniciam uma negociação para a música finalmente tocar na rádio, um contrato com gravadora... No meio dessa negociação Ian acaba sabendo das intenções de Milo, a polícia descobre que as armas são de brinquedo.
O filme é daqueles horríveis que eu adoro, tem um trilha sonora bem legal e até o Lemmy aparece.
É sessão da tarde total.


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

COMO TE FUÉ HOY ?

A tecnologia une ou separa? O que a internet já fez de bom pra você?
Seus hábitos mudaram muito por conta dessa modernidade toda?
Todos esses questionamentos são de certa forma feitos no filme que vou falar a respeito.
Quem me indicou esse filme foi o Igor, amigo da minha sobrinha Malu. É muito louco eu não vê-los como crianças ou adolescentes mas sim como adultos. Igor me indica uns filmes muito legais ( já vi alguns e prometi ver outros três) e eu amo filmes argentinos. Amo a Argentina, Amo Buenos Aires.
E é sobre Medianeras que vou falar.


Medianeras é um filme argentino de 2011, com roteiro e direção de Gustavo Taretto. Tem origem num curta de 2005 com o mesmo nome e mesmo protagonista.
Recebeu dois prêmios no Festival de Gramado de 2011, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Diretor.
Taretto também dirigiu em 2015 , Las insoladas, que eu não consigo me lembrar se tem e como ficou o título em português.
Medianeras- Buenos Aires na era do amor virtual, esse foi o título completo que o filme ganhou aqui no Brasil e vai nos contar a história de Martin e Mariana, dois adultos que assim como muitas pessoas hoje em dia vivem isolados, solitários e no universo particular deles.
Não sei se Martin tem síndrome do pânico ou agorafobia mas acha na fotografia uma maneira de vencer esse seu problema de não conseguir sair de casa.
Mariana é uma arquiteta que trabalha como vitrinista.
Ambos moram em kitnets, a de Martin é de certo modo arrumadinha e de Mariana é um caos de caixas e manequins. Até acho que é pra refletir o caos que é a vida de Mariana está, o quanto a cabeça dela está confusa.


Martin tenta se relacionar com uma moça que é dogwalker, sai com uma outra que conhece num site de relacionamento. Nesse momento que ele solta essa pérola:
" Encontros como esses são como combos do McDonalds. Nas fotos são maior, melhor e mais apetitosos. Cada vez que vou a um encontro sinto a mesma decepção que tenho diante de um Big Mac"
Mariana tem um passatempo que é procurar o Wally e ela consegue achá-lo em vários cenários menos na cidade.
O tempo todo aborda-se o fato das construções serem contrastantes e sufocantes. Medianeras são paredes sem janelas a não ser que você abra uma 'clandestinamente" e é isso que tanto Mariana quanto Martin fazem.


E a cena que vem no dia seguinte das janelas prontas nos traz ambos ouvindo a mesma música, que não é a que eu vou falar a respeito mas é importante para o filme:


A música do link acima é "True Love Will Find You In The End", composta e gravada por Daniel Johnston.
A gente fica o filme inteiro torcendo pra eles se encontrarem e em alguns momentos eles até se cruzam mas não interagem.


Eles inclusive assistem o mesmo filme, Manhattan, de Woody Allen.
Eu nunca assisti Manhattan mesmo porque eu não sou lá muito fã de Allen.
Mas isso não vem ao caso no momento. O fato é que isso não é à toa e sim porque Medianeras é considera uma versão argentina de Manhattan.
No final Mariana acaba encontrando Wally na cidade mas a maneira como ela o encontra é que é mais legal e só vendo o filme que dá pra saber.
Da trilha eu escolhi "Ain't no mountain high enough" , minha mãe adora essa música.
A música foi composta por Nicholas Ashford e Valerie Simpson, A letra surgiu quando Ashford se mudou para Nova York e descendo por uma rua de Manhattan pensou que a cidade não tiraria o melhor dele e pensou no trecho título da canção. Foi um sucesso quando gravado pela primeira vez por Marvin Gaye e Tammi Terrell, em 1967 e se tornou um sucesso novamente na voz de Diana Ross que regravou a canção em 1970.
A canção faz parte da trilha sonora de vários outros filmes. Eu destaco "Lado a Lado", "Duelo de Titãs" e "Guardiões da Galáxia"
Curtam o filme, reflitam, estejam abertos as oportunidades.