domingo, 24 de dezembro de 2023

What a lovely day!



 Olá, como vocês estão ? Espero que muito bem!

Há tempos estou pra voltar a escrever aqimas várias coisas me impediram e eu não vou mentir não, o que mais me impede de escrever e estar com a cabeça bagunçada e isso reflete em tudo, TUDO.
A organização de casa, trabalho e vida pessoal.
Minha ultima postagem aqui foi em agosto de 2022 e só agora resolvi escrever de novo, entendem ?
Esse ano de 2023 foi um ano de muitas novidades e muita luta, entrei de cabeça na militância, tanto do partido (UP) quanto do Movimento de Mulheres Olga Benario.
Uma das pautas foi a luta contra as privatizações da SABESP, Metrô e CPTM, fizemos piquetes, atos, greve unificada e nada foi fácil.
Fomos hostilizados, agredidos e tivemos companheiros presos pelo simples motivo de estarmos defendendo o interesse do povo.
Mas daí você pode me perguntar : "Mas Guta, esse não é um blog sobre filmes e suas trilhas sonoras?" Sim, é. E eu já vou falar do filme desse post.
Alguns motivos me fizeram escolher esse filme para escrever, primeiro pois foi lançado na CCXP desse ano o trailer de FURIOSA (estreia prevista para maio de 2024) e segundo pois ele fala sobre o monopólio da água e combustível, entre outras críticas sociais, já que tivemos a batalha da ALESP onde deputado expulsaram de forma violenta a população para daí sim votarem a favor da privatização da empresa que fornece água e saneamento a população, pensei: "por que não?"



Mad Max - Estrada da fúria, é um filme de 2015 e em 2014, aqui em São Paulo nós enfrentamos uma crise hidrica, na época o governador era o atual vice presidente, Geraldo Alckmin. Me recordo de eu e o Fernando chamarmos o Immortan Joe ( Hugh Keays-Byrne) de Alckmin... 
O filme tem direção de George Miller, que além de dirigir todos os Mad Max dirigiu também: As bruxas de Eastwick, O óleo de Lorenzo, Happy Feet (1 e 2), Babe, o porquinho atrapalhado na cidade (?), entre outros. 
O roteiro também é assinado por George em parceria com Brendan McCarthy e Nick Lathouris ( ele participou do primeiro Mad Max como Grease Rat). 
Se você nunca viu Mad Max - Estrada da fúria e/ou nunca nem ouviu falar sobre o filme eu vou te contar do meu jeitinho, 😉




O filme vem retomar a história de Max Rockatansky (Tom Hardy, o Venom, você também vai lembrar dele em "Batman, o Cavaleiro das trevas", "A Origem" e Peaky Blinders) que acredita que a melhor forma de sobreviver é não depender de ninguém, Max tem seu passando rondando sua mente e isso o deixa muito atormentado. 
Estrada da furia se passa num mundo pós-apocaliptico onde a água e o combustivel são monopolizados por Immortan Joe, e são os homens de Immortan que capturam Max. 
Logo no inicio do filme , um pouco depois da captura de Max, os habitantes daquela terra vão para frente da morada de Immortan, ele discursa e todos sabem o que vai acontecer depois; Immortan vai abrir a água pro povo. 
Vejam, essa população não tem uma só gota de água, nada, zero, e o cara puxa uma alavanca e a água começa a cair como de fosse uma cachoeira. Eles correm com o que tem em mãos, desesperados para conseguir o máximo que puder e o máximo é praticamente nada pois logo que eles correm e se posicionam Immortan simplesmente fecha a "torneira" e  solta a seguinte frase: "Nunca meus amigos, fiquem viciados em água. Vocês sentirão muito a sua falta." 
Eu só consigo pensar no emoji de palhaço nesse momento... 
Então, voltemos pro filme, daí que depois disso a Imperadora Furiosa ( Charlize Theron, acho que não preciso falar dela né ? , mas você conhece a moça por Velozes e Furiosos 5, Doce Novembro, Uma saida de mestre, Lugares Escuros, Branca de Neve e o Caçador...) está encarregada a transportar uma carga de combustível para outro povoado a mando de Immortan, só que no meio do caminho ela muda a rota e isso chama a atenção dos que a vigiam e avisam Immortan que acaba descobrindo que as suas garotas haviam desaparecido. Na verdade furiosa as resgata da prisão que ele as matinham e a partir daí acontece uma perseguição dos hoemns de Immortan a Furiosa e suas meninas. 
Entre os homens de Immortan está Nox ( Nicholas Hoult, Um grande garoto, Meu namorado é um zumbi, X-Men First Class, The Great, etc) que acredita ser essa a sua missão mais importante e idolatra seu lider tanto que numa simples troca de olha ele se senta importantíssimo, além da conta. Nox está dirigindo um dos carros da comitiva que está atrás de furiosa e pendurado na frente do carro está Max. 
A perseguição rola alucinadamente embalada por uma trilha sonora somente instrumental e encomendada ao DJ Junkie XL.




E nessa perseguição Max consegue se soltar do carro mas leva Nox com ele e acabam se juntando a Furiosa e suas garotas. 
Uma coisa que é importante eu dizer é porque Furiosa quer libertar essas mulheres. Immortan Joe escraviza as mulheres com a unica finalidade de reprodução considerando-as sua propriedade , ela inclusive conta que foi tirada da sua familia ainda criança, o que deixa totalmente em aberto oara nossa interpretação se ela passou por tudo aquilo que aquelas mulheres passaram ou não ( alguma novidade por aqui? Se o capitalismo não faz isso com as mulheres quem faz não é mesmo? Tenham filhos e garantam que nossa mão de obra permaneça existindo), ainda mantendo amas de leite pois suas esposas tem o corpo de modelo mas as amas de leite são mulheres mais gordas, não tem como não fazer relação com as amas de leite do passado. 
Outra coisa que podemos reparar é que Furiosa é tida como uma guerreira como os demais homens, até na sua fisionomia, corte de cabelo e postura. O que será que ela passou pra conseguir esse posto, pra ser considerada como um deles?
Além disso podemos notar a critica com relação a manipulação dos jovens por lideres. Assim como os demais, Nux está alí pra servir seu lider Immortan Joe e morrer por ele, quando um deles se sacrifica em função da sua luta e ideologia todos gritam : "testemunhem" . 
Apesar do filme ter mais de 8 anos de estreia eu não vou cortar o barato de vocês e contar se Furiosa com a ajuda de Max consegue ou não se libertar e libertar as garotas mas fica o convite para que vocês assistam o filme, reflitam sobre a privatização da Sabesp e o que pode acontecer se esses privatizações acontecerem. 
Reflitam também sobre como nós mulheres somos tratadas pelo capitalismo e essa relação com o filme.
Pot enquanto eu fico por aqui mas prometo voltar em breve, bom final de ano pra todos vocês. 



sexta-feira, 26 de agosto de 2022

"As mães são as pessoas mais exaustas e invisíveis da sociedade"

 



No dia 30 de Setembro de 2021 na Rádio CBN, Tatiana Vasconcelos e Fernando Andrade entrevistaram o psicólogo e escritor Alexandre Coimbra Amaral para falar sobre o livro "A exaustão no topo da montanha" e em vários momentos da conversa eu me identifiquei com as falas como quando Alexandre diz : "O fracasso na nossa sociedade hoje é você descansar."
entrevista Alexandre Coimbra CBN
Você que está aqui lendo esse post sabe descansar? Meu "conje" Fernando diz que eu não sei e eu não sei mesmo. Acordo a 200km/h fazendo trocentas coisas depois não sei porque estou esgotada. Enfim, sou a cópia da minha mãe, eu NÃO estou culpando minha mãe. 
Mais adiante tanto o Fernando quanto a Tatiana separaram o mesmo treco do livro : "As mães são as pessoas mais exaustas e invisíveis da sociedade" e automaticamente eu me lembrei de dois filmes; Tully (que eu tinha certeza que eu tinha escrito um post sobre ele, devo ter excluído..minha especialidade) e Não sei como ela consegue.





Em Não sei como ela consegue, Sarah Jessica Parker é Kate Reddy, executiva, mãe e esposa de sucesso. Todas as mães (nem todas) tem inveja por ela dar conta de tudo e fazer tudo com tanta perfeiçã. Logo no começo do filme eles destacam o dia em que há um evento beneficente da escola que ela prometeu fazer algo pra filha levar mas por conta do trabalho não conseguiu e acabou comprando uma torta na delicatessen, o que seria super ok se não houvesse nela essa necessidade de ser perfeita para as outras pessoas.



 
Sabe aquela velha máxima de ter que mostrar que é boa o suficiente para não perder nenhum contrato para um homem? De TER QUE mostrar pra essemundo machista em que vivemos que mesmo sendo mulheres somos capazes de levar negociações a diante? Pois é, é o que Kate passa.
Por conta de não se permitir falhar ela aceita um novo desafio e pra isso vai precisar se ausentar, viajar com o chefe e assistente... 
De tanto trabalhar, Kate começa a perder as coisas que a convivência com seus filhos lhe proporcionaria como o primeiro corte dos cabelos de seu filho mais novo e perde também a confiança de sua filha mais velha. Além disso ela acaba colocando em dúvida seu casamento pois de tanto conviver com seu chefe, que é um homem completamente diferente do seu esposo, acaba percebendo que há outras formas de viver a vida que não seja cuidar da casa, dos filhos e etc. 
O filme é uma boa opção de entretenimento mas está longe de ser uma defesa aos direitos feministas, isso fica por minha conta. 



Com direção de Douglas McGrath que vocês talvez conheçam por Emma e Confidencial, na direção e Tiros na Broadway ( alpem dos dois acima citados) no roteiro, além de ter atuado em alguns filmes como Felicidade ( que de felicidade só tem o titulo). 
Com roteiro de Aline Brosh McKenna , conhecida por Vestida pra casar, o Diabo veste Prada , Uma manhã gloriosa, Leis da atração, então por aí vocês conseguem ter uma ideia da pegada do filme, comédia romântica pra entreter. 




Além de Sarah Jessica Parker temos no elenco Greg Kinnear, no papel do esposo de Kate, Pierce Brosnan como o chefe. Além de Olivia Munn como assistente de Kate ( adoro o jeito estranho da Olivia) e Christina Hendriks como a unica mãe realmente amiga de Kate. 
Dessa vez por causa da entrevista eu primeiro pensei no filme e fiquei atenta pra achar uma música na trilha que pudesse trazer pra cá e a escolhida foi "The Shoop Shoop Song". 
Composta por Rudy Clark, a música foi gravada pela primeira vez por Merry Clayton em 1963 mas não fez muito sucesso. Um ano depois, quando regravada por Betty Everett alcançando o 1º lugar nas paradas de R&B da revista Cashboxe número 6 na Billboard. E acreditem,ela não queria gravá-la mas seu produtor a convenceu a gravar. 
É a versão de Everett que toca no filme:





Mas vocês provavelmente conhecem a versão de Cher:





Que embala o filme Minha mãe é uma sereia. Eu amo esse filme, amo essa versão . rs

Ah, essa é a versão de Mary Clayton:



Sextou, divirtam-se, não se cobrem tanto. Ah e a moral do filme é façam o que está no alcance de vocês, não se cobrem, aceitem ajuda, ninguém é perfeito e não somos heroínas, isso só existe na ficção. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

“ A great guitar requires a great song.”



Vou propor algo a vocês.. imagine que vc é um artista/músico de não muito sucesso.. imaginou?
Vamos além, pense no seu (sua) artista, banda, cantor (a) preferido (a)... Agora imagine que essa banda de repente sumiu do mapa, ou melhor, que nunca existiu mas só você conhece a banda e as músicas dessa banda, desse artista ? O que você faria?
Parece muito maluco?
Pois essa ideia maluca é o roteiro do filme Yesterday e quem é responsável por esse roteiro são Richard Curtis que tem meu coração desde "Quatro casamentos e um funeral" ,inclusive já dediquei dois posts de filmes com roteiro dele nesse modesto blog: PIRATAS DO ROCK e QUESTÃO DE TEMPO . No caso de Yesterday ele tem a parceria de Jack Barth. Com um roteiro tão maluco só um diretor meio maluco poderia dirigir e esse diretor Danny Boyle. 


Em Yesterday o artista com pouco sucesso é Jack Malik (Hemish Patel) que tem sempre na plateia seus amigos que tirando Ellie (Lily Jamer) estão lá mais por serem amigos dele do que por acreditarem na sua arte. 
Ellie além de amiga de Jack é também sua empresária/agente e num belo vai até o mercado onde Jack trabalha para falar que conseguiu uma oportunidade incrível e que ele faria um show num palco pequeno mas num festival muito conhecido. 
Jack fica eufórico, vai tocar no festival e ele toca para seus amigos, duas crianças e um casal. Só... Nese festival ele reencontra seu amigo Rocky (Joel Fry). Mas depois que o show acaba e tal, Jack decicde que aquilo tudo já deu pra ele e na volta pra casa ele fala pra Ellie que vai voltar a lecionar. 
Ellie não concorda e Jack parece estar decidido, ele sai do carro, pega sua bicicleta e segue pra casa. Mas algo muito inusitado acontece, as luzes do mundo começam a apagar, apagão mundial, bicho! E Jack é atropelado. 
Quando Jack está no hospital ele fala para Ellie : "Will you still need me, will you feed me when I'm sixty four?" e a reação dela é "Why sixty four?"
Até aí ninguém é obrigado a entender a referência, não é mesmo ?
Bom, Jack tem alta do hospital e Ellie o leva para encontrar seus amigos que dão presentes a ele e Ellie dá um violão de presente pois o dele quebrou quando ele foi atropelado. Então todos pedem pra que ele toque e cante algo e ele canta Yesterday e é isso que acontece: Jack tocando Yesterday





IT'S NOT COLD PLAY, IT'S NOT FIX YOU, pqp. rs
Então Jack fica intrigadíssimo porque como ninguém sabe quem são os Beatles? Como? 
A principio ele começa a listar as músicas conforme ele vai lembrando delas mas depois vê aí a oportunidade de se beneficiar com as canções, já que ninguém as conhece porque não tomá-las como dele?
O que até determinado momento dá certo, ele vira um sucesso, um fenômeno mas chega aquele momento em que ele começa a analisar se o que ele está fazendo está certo e se é aquilo que ele considera trazer felicidade a ele. 
Entre o sucesso estrondoso e o momento de reflexão de Jack aparecem duas pessoas que conhecem as músicasda banda e ele até encontra um dos Beatles. 
Ah, tem algumas piadas com não existir Coca Cola no mundo, só Pepsi e Oasis , a banda, também não existe. 
Temos no elenco a sensacional Kate McKinnon como Deborah, empresária de Jack quando ele vira um sucesso, James Corden e Ed Sheeran como eles mesmos. 





Além de ter uma trilha sonora maravilhosa (pra quem gosta de Beatles) o filme flui, a mão de Curtis é boa demais para roteiros e a direção de Boyle também dá o toque especial.
E com uma trilha tão especial sobre qual música escrever? 
Confesso que fiquei muito em dúvida, eu ia escrever sobre Hey Jude, que Paul McCartney fez para Julian, filho de John com Cynthia, e na ocasião eles haviam se separado e Lennon foi viver com Yoko Ono. 
Mas o meu amô e o maior fã de Beatles que eu conheço me sugeriu falar exatamente sobre Yesterday e começou a falar tudo que ele sabia sobre a música, eu adoro quando ele faz isso. 
Então vamos falar sobre ela. 
Yesterday está no álbum Help de 1964 e foi composta por Paul McCartney, mas como?
Paul conta que acordou com a melodia na cabeça , foi parao piano e começou a tocá-la meio em duvida se ele estava compondo uma nova música ou apenas plagiando alguém e pra ter certeza disso ficou por um mês pesquisando se havia alguma música como aquela, Enquanto essa certeza não vinha ele colocou como título da música Scrambled Eggs e ficava cantando "Scrambled eggs, oh you've got such lovely legs" ainda bem que veio a luz a mente de Paul e ee depois de um tempo finalmente concluiu a composição dessa belíssima canção. 
A música fala sobre uma história de amor que acabou com sofrimento e tristeza como muitos outros fins de relacionamentos mas apesar de tudo isso ele tem os bons momentos vividos e fica ali a vontade de revivê-los. 
Mais uma informação sobre essa música é que ela foi a primeira música composta por um único membro da banda e por não ter a identidade da banda quase não entrou no álbum mas Paul geminiano com Lua em Leao e Ascendente em Vurgem (informações irrelevantes) bateu o pé e ganhou a parada. 
Yesterday também bateu recordes de reproduções nas rádios e é a música com mais regravações com versões que vão de Marvin Gaye a Billie Eilish. 
Eu prefiro a versão original e até a de Hemish para o filme. 
Essa então é a minha sugestão de filme para o final de semana, se cuidem. 



sexta-feira, 27 de agosto de 2021

" ALTERADA NÃO É UMA LOUCA, É UMA MULHER QUE ESTÁ MUDANDO!"




 Eu estava pensando que eu pouco escrevo sobre filme brasileiros, escrevi sobre "As Melhores Coisas da Vida" e "Um Namorado Para Minha Esposa". Pois bem, como ainda não assisti Tropa de Elite ( sim, nunca assisti e isso tem até impedido que algumas conversas tenham continuidade em casa... triste isso.. hahahahahha), comecei a procurar algum filme pra assistir e como nenhum sorriu pra mim resolvi buscar algum outro que eu tivesse assistido mais recentemente. 
Lembrei que no começo desse ano antes de eu voltar a trabalhar assisti "Mulheres Alteradas", 2018. 
O filme é baseado nas tirinhas/quadrinhos da cartunista argentina Maitena Burundarena que começou a publicá-las em 2001 e veio mostras com seu humor ácido o mundo das mulheres modernas. 
Você já deve ter visto alguma tirinha da Maitena por aí, uma época eram publicadas na revista Claudia. Eu tenho um cartão postal daqueles que a gente pegava em bares, casas noturnas, cinemas (aliás, saudades). 



O roteiro é do também cartunista Caco Galhardo e a direção de Luís Pinheiro, que trabalharam juntos em "Lili, a ex".
Quando vi esse filme eles davam muito destaque na personagem da Deborah Secco e eu tenho um pouco de preguiça dela... maaaaas vi que no mesmo filme tinha Monica Iozzi, Maria Casadeval e a rainha suprema Alessandra Negrini. Animei e fui assistir, 
Logo de cara o filme começa com TOP TOP de Os Mutantes e vem Monica Iozzi como Sonia, uma mãe de dois filhos pontuando "AS 6 COISAS QUE UM BEBÊ NÃO DEIXA UMA MULHER FAZER" , eu nunca fui mãe mas pelos relatos de todas as mães que eu conheço a lista procede. 
Na sequência vem Maria Casadeval e sua Leandra, millenial que apesar de ter uma vida confortável, ser solteira e tal, diz estar na crise dos 30 e seu maior dilema é antes se contentar com miojo e hoje gastar demais com comidas caras. E que ela é a pessoa mais injustiçada do mundo. Leandra lista "4 ATIVIDADES TÍPICAS PARA QUANDO BATE A DEPRESSÃO"
A terceira a aparecer é Alessandra Negrini com sua Marinate e que a meu ver é a cara de qualquer desenho da Maitena. Marinate é viciada em trabalho e em relacionamentos rápidos, não quer, não tem tempo e nem paciência pra ter relacionamentos fixos. Ela nos apresenta o "TESTE DA GELADEIRA" onde ela consegue identificar o tipo de homem com quem acabou de transar, de imaturo , dependente até casado. 
Por último temos Deborah Secco com Keka, uma mulher casada, mãe de gêmeos e que está infeliz no seu casamento. Keka está planejando uma viagem com seu marido, e só os dois, que ela cha que será o milagre que salvara esse relacionamento que já foi pro saco faz tempo. 
Ela lista "4 COISAS QUE ACONTECEM UM DIA ANTES DE VOCÊ VIAJAR".



As quatro são amigas sendo que além de amigas Sonia e Leandra são irmãs e Marinate é chefe de Keka e a história intercala a viagem de Keka e os eventos que acontecem antes da viagem. Mesmo tratando alguns temas que estão no cotidiano de qualquer mulher como aceitação e quebra de padrões, o mito de que mulher casada e com filhos está morta pro resto do mundo e relacionamentos abusivos, o roteiro deixa um pouco a desejar.
Talvez pelo roteirista ser um homem? Talvez. 
E li num outro post sobre a personagem da Deborah Secco estar quase todo o filme de biquíni e a objetificação dela ter incomodado? Sim, isso e algumas outras coisas. Pode ser porque o diretor também é homem? Pode ser também mas também pode ser ranhetice minha. 
Apesar de eu ter citado a música dos Mutantes lá em cima não foi ela que eu escolhi mas sim Alma Sebosa de Johnny Hooker, que é tocada na parte da apresentação da personagem Leandra. 



Eu me lembro da primeira vez que vi Johnny Hooker se apresentar, foi num reality show do Multishow de 2009 chamado Geleia do Rock. Fiquei fascinada com aquele rapaz meio Johnny Depp meio Marc Bolan com os olhos de Siouxsie Sioux. A voz potente que queria misturar sua cultura de Pernambuco com o punk rock. 
Em 2015 ele finalmente apareceu pra grande mídia mas não foi exatamente pela música mas sim por sua participação em Geração Brasil, novela da Globo e que tinha em sua trilha "Alma Sebosa". Na sequencia a música "Amor Marginal" foi parar na trilha de outra novela da Globo, Babilônia. O título "Alma Sebosa" veio de um termo muito usado pelos pernambucanos e segundo ele disse numa entrevista ao Conversa com Bial,  usado por apresentadores de programas sensacionalistas para pessoas que não prestam e aos que eram presos nas reportagens. 
Numa outra entrevista ele explica do porque o Hooker como nome artístico e como diz o próprio titulo da entrevistas: JOHNNY HOOKER NÃO É HOMEM NEM MULHER. É UMA ENTIDADE.  
As músicas são do mesmo álbum chamado "Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, Maldito"
Mas o filme é divertido de verdade, as meninas estão ótimas e as cenas com a Negrini são as melhores, inclusive as com João Vicente. E vem nos fazer refletir que na verdade todo mundo tem algo que agrada e desagrada na vida e não tem problema. Nenhuma vida é perfeita e que bom que a vida é assim, não?
Bom final de semana, cuidado com o coronga. 







sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Be good to yourself 'cause nobody else has the power to make you happy !




 Outro dia eu estava escutando rádio e tocaram uma música do George Michael, todo mundo curtindo muito eis que a ancora fala "Vou escutar George Michael a noite toda".
Depois disso fiquei pensando nele e a falta que ele faz.
Assim como com Chris Cornell e Michael Jackson, a morte dele me abalou muito e eu até me sinto negligente com ele pois em certo momento eu parei de acompanhar a carreira mas senti demais a sua morte , demais! 


Tem músicas que eu escuto e choro, isso mesmo que você leu, EU CHORO! A música me toca, a letra me toca. Heal the Pain é uma dessas. 
Heal the Pain está no álbum "Listen Without Prejudice Vol.1", lançado em Setembro de 1990 que tem Freedom 90' como a música mais conhecida desse álbum mas Praying for time que ficou em primeiro lugar na Billboard. 
George Michael compôs essa música  no estilo de Paul McCartney como uma homenagem ao beatle e depois de saber disso eu até identifiquei esse estilo na música. Em 2005, os dois a regravaram. A faixa também foi incluída na coletânea Twenty Five. Outra versão da música foi gravada por Fernanda Takai e Samuel Rosa, eu escutei mas vou poupá-los se vocês quiserem tem no YouTube , chama "Pra Curar Essa Dor" e está no álbum "Na Medida do Possível" de 2014. 

Versão original:



Versão com Paul:




Vamos ao filme... "Uma Segunda Chance Para Amar" é um filme de 2019 que tem a direção de Paul Feig , talvez você o conheça por Missão Madrinha de Casamento, Caça Fantasmas ( com as mulheres e que eu amo de paixão) e alguns episódios de séries como Arrested Development , 30 Rock, Mad Men, Weeds e The Office. 
O roteiro é de Emma Thompson e Greg Wise. Emma dispensa apresentações e Greg pode ser lembrado mais recentemente por ter vivido o tio do Principe Philip em The Crown ou se vc for mais ou menos da minha idade vai lembrar dele em Razão e Sensibilidade. Ah, tem também a contribuição de Bryony Kimmins, inspirado na música Last Christmas ( que é o título original do filme e faz muito mais sentido). 
Eu sempre olho outros posts de filmes ou antes de assistir ou antes de escrever, no último caso pra ver se eu ando tão crítica ou se tem mais gente cri cri que nem eu ou a gente tem mesmo razão, hahahhaha. 
E no caso de "Uma Segunda Chance..." em geral as pessoas acharam o filme médio e ele realmente é médio mas um médio de bom entretenimento. 
Conta a história de Kate (Emilia Clarke), uma imigrante iugoslava que mora em Londres e é aspirante a atriz de musical. 




Kate é desorganizada, egoísta, bagunceira, irresponsável entre outras coisas mas tudo isso não é só culpa dela e da personalidade dela. Kate sofreu um acidente e desde então tudo fica mais complicado pra ela. 
Eis que ela conhece Tom ( Henry Golding) e essa relação faz com Kate melhore como pessoa, melhore seu relacionamento com as pessoa e tudo em sua volta. 



O filme é recheado com músicas de George Michael e Wham! o que automaticamente me fez lembrar de A Agenda Secreta do Meu Ex-Namorado que era cheio de músicas da Carly Simon. 
Aqui tem uma playlist do Spotify com as musicas do filme:

https://open.spotify.com/album/19DLHcBbmdGgyefBAJutwZ

É uma boa opção prum final de semana que você quiser esquecer a zona que estamos vivendo.
Se cuidem, bebam água, curtam o final de semana e mantenham a calma. 





sexta-feira, 30 de julho de 2021

As pessoas nos dão aquilo que elas podem dar, nada mais nem menos!


 Faz alguns meses eu comecei a fazer uns cursos de Umbanda e logo de início o coordenador do curso começou a falar sobre nossa relação com nossos ancestrais.
Que devemos conhecer suas histórias, aprender com os erros afim de não repetir esses erros e agradecer pois se estamos aqui hoje, devemos a eles.
Por conta disso comecei a procurar mais informações sobre meus avós, bisavós... Nessa "descobri" de que lugar do Japão eram meus avós paternos e que eles eram Capricornianos, tanta coisa se explica ( falou a maluca dos signos), entre outras coisas. 
 




Já da parte da minha mãe, fiquei sabendo que meus bisavós se misturam em portugueses, italianos, mineiros e indígenas. Que meus avós são do interior de SP e não muito mais. Não sabemos se minha avó era MERCHIORI ou MARCHIORI ( será se sou parente da Val?).





No meio de tudo isso veio o Oscar e entre os filmes indicados tinha Minari, que eu dei o meu famoso selo Caguei pra esse filme. Maaaaaaaaaaaas começaram a falar sobre ele e fui ver o trailer e no trailer e numa das cenas aparece a avó jogando com o  neto um joguinho que eu jogava com meu pai e acendeu a luzinha "olha a ancestralidade aí", resolvi assistir. 



Minari (2020) é um filme estadunidense com roteiro e direção de Lee Isaac Chung. Lee tomou a história de sua família como inspiração para o roteiro do filme e é uma história bem comum e que certamente você tem algum parente ou conheça a história de alguém que veio de outro país (ou de outro estado, de outra cidade) para tentar uma vida melhor.
Chung numa entrevista ao The New York Times revelou que ficou com receio de seus pais se sentirem ofendidos pois o filme é praticamente autobiográfico, já seus pais ficaram com receio da reação dos coreanos com o filme. 
Minari conta a história de Jacob (Steven Yeun), o pai da família coreana que sai da Califórnia para uma fazenda no Arkansas. Jacob tem o sonho de prosperar e a sua ideia é bem interessante. Ele quer produzir vender produtos coreanos para fornecer aos mercados pelos EUA já que tem muitos coreanos no país e que sentem falta de alimentos desse tipo. 
Jacob não está sozinho, tem com ele sua esposa Monica (Han Ye-Ri) e seus filhos Anne (Noel Cho) e David (Alan S. Kim). Monica não está nada feliz de ter saído da California e ido pro meio do mato e a gente até entende sem nem saber como era a vida dela antes. 
Eles chegam e a casa não dá pra exatamente ser camada de casa. Eles trabalham separando pintinhos fêmeas de machos e de noite e nas folgas Jacob se dedica a sua plantação. 
No meio de vários contratempos eles recebem a mãe de Monica, Soonja (Yuh-Jung Youn - se você assistiu a cerimônia do Oscar foi a vencedora de Melhor Atriz Coadjuvante), é muito interessante observar a relação da família, a resiliência, a paciência e até a falta dela. 
É chover no molhado dizer que as cenas entre David e Soonja são memoráveis e que as vezes (muitas vezes) a gente despreza a sabedoria dos mais velhos como quando Soonja dá sua opinião sobre como a filha cuida do neto e o que ela tem que fazer pra que ele seja saudável.
A cena preferida do diretor é uma em que todos estão reunidos jantando, vendo um progrma na tv que está gravado em fita VHS e Soonja comenta sobre a música que está tocando. Para Chung a cena é cheia de recordações e simbologias. 



Minari é bem lento, como disse Inácio Araujo na sua crítica, parece que nem o próprio Chung acredita muito no filme mas ele merece sim sua atenção, você acaba se envolvendo com as adversidades e torcendo para que a família seja feliz mas fica o questionamento o que te faz feliz? Do que você precisa de verdade pra dizer que você é feliz?
Assim como o post de "Você não estava aqui" A uberização da vida esse também não tem trilha sonora. 
Bom final de semana e já aviso que semana que vem devo fazer mais 2 postagens, oremos. 



sexta-feira, 23 de abril de 2021

How many roads must a man walk down before you call him a man?

Olá querides, como vão? Espero sinceramente que bem. 
Falei que falaria de filmes concorrentes ao Oscar, certo? No post anterior falei sobre Os Estados Unidos vs Billie Holiday e nesse eu fiquei em dúvida se escreveria sobre O Som do Silêncio ou sobre Uma Noite em Miami. Acabei escolhendo o segundo apesar de ter gostado mais do primeiro. 
Vocês podem estar pensando : "Mas se ela gostou mais do primeiro porque vai escrever sobre o segundo?"
Porque quase todo mundo escreveu sobre o primeiro, não que ele não mereça. Merece sim pois é um ótimo filme, inclusive assistam. 
Mas acho que por ser o primeiro longa de Regina King como diretora e por ele de certa forma me lembrar um dos meus filmes preferidos resolvi escolhê-lo. 


Uma Noite em Miami é um filme de 2020 e está disponível no Amazon Prime Video.Baseado na peça de teatro de mesmo nome e escrita por Kemp Powers e foi ele mesmo quem fez o roteiro para o filme, Powers também é responsável pelo roteiro de Preciosa e Soul ( indicado ao Oscar de Melhor Longa de Animação).
O filme relata um encontro fictício numa noite de 1964 quando Cassius Clay (Eli Goree) , que posteriormente se tornará Muhammad Ali, derrota Sony Liston. 



Que o encontro aconteceu, aconteceu. Mas se ele foi como relatado no filme ninguém sabe. 
Esse encontro foi exatamente para celebrar essa vitória de Cash, é como os outros 3 amigos o chamam. E quem são esses amigos? 
Sam Cooke (Leslie Odom Jr), Malcom X ( Kingsley Ben-Adir) e Jim Brown (Aldis Hodge).


Mas antes do encontro entre eles acontecer o roteiro traz pequenos acontecimentos para nos fazer entrar no clima do que une esses quatro homens, como Cooke se apresentando num hotel de brancos e enquanto ele se apresenta esses brancos vão se levantando um a um ou Brown indo visitar um velho conhecido , branco, que o recebe na varanda da casa e faz questão a todo o tempo de deixar bem evidente onde é o lugar dele. 
Todos os atores estão muito bem, Eli Goree captou bem o olhar de Clay, como o corpo se posiciona, como se move mas é Leslie Odom Jr. quem arrasa, tanto que está concorrendo ao Oscar de melhor ator coadjuvante mas não leva. É notável que o ator se empenhou demais se pegarmos a cena da ultima apresentação de Cooke e a mesma cena interpretada por Leslie no filme até o modo como ele mexe a boca para cantar é igual. 
Bom, então acontece a luta, Clay vence e Cooke é o primeiro a chegar no hotel onde combinou de encontrar os demais. Na sequencia chegam Malcom X, Brown e Clay. Até então eles acham que srá uma festa, com bebida, mulheres, música. 
Mas Malcom tinha outros planos pra noite e eles acabam ficando ali naquele quarto de hotel onde vários assuntos são abordados, alguns mais suaves, outros mais duros, chegando até discussões mais acaloradas.


Pelo filme ficar boa parte nesse cenário me fez lembrar de Deus da Canificina (2011 - Roman Polanski) que assim como esse filme é baseado numa peça teatral. Fazer com que um filme baseado em uma peça teatral e com pouquíssimo cenário fluir não é fácil e nem pra qualquer um e Regina King conseguiu cumprir a tarefa com bastante êxito. 
Numa das cenas bastante importantes do filme Malcom questiona a Cooke qual a função da arte na luta deles e coloca para tocar "Blowin in the wind" de Bob Dylan e provoca : 'Como um branco de Minessota pode compor uma música que diz tanto a nossa luta?". Cooke engole seco e mais pra frente confessa a Brown que quando ele escutou a música pela primeira vez ele ficou muito puto e que aquilo fez com que ele começasse a trabalhar numa canção e em breve a lançaria. 
A música em questão é A Change in Gonna Come. Além da música de Dylan vários outros episódios da vida de Cooke o inspiraram a compor a canção como quando ele tentou se hospedar num hotel de brancos e foi impedido. 



Cooke não pode presenciar o lançamento da música que foi gravada em Janeiro de 1964 pela RCA  produzida por Hugo & Luigi, mas Cooke foi assassinado em Dezembro do mesmo ano e a música foi lançada meses depois.
Temos inúmeras regravações dessa música que se tornou o hino do Movimento pelos Direitos Civis. 
Entre várias versões vou destacar Otis Redding e Aretha Franklin.
A versão de Otis: 



E a versão de Aretha: 




Já cantaram Bettie LaVette e Jon Bon Jovi, Patti Labelle e Beyoncé, passando por Celine Dion e Jeniffer Hudson. 
É incrível e triste como hoje em dia ainda estarmos aguardando por essas mudanças. Mais um filme pra assistir e refletir. 
Domingo tem premiação, façam suas apostas. Se der vou fazer um post só com as minhas apostas. 
Até mais.