quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

E quando a gente vira nossos pais?


Vocês tem birra com algum ator, alguma atriz , diretor (a) ?
Eu tenho várias birras, por exemplo: Colin Farrel, Woody Allen, Maria Ribeiro, Paulinho Vilhena... E ainda assim dou "chances" a essas figuras. Como se eles precisassem de mim, hahaha.
Então ano passado estreou um filme com quem?? Maria Ribeiro e Paulo Vilhena mas dirigido por uma querida: Lais Bodanzky.
Como Nossos Pais não é mais um filme sobre Elis e muito menos sobre o Belchior ( ninguém tem em mente fazer um filme sobre ele, não??) apesar de ter uma relação com a música, relação bem bonita aliás.


Rosa é uma mulher de 38 anos que como muitas mulheres que conhecemos trabalha ( e sustenta a casa), cuida da casa, das filhas, de tudo. Eis que num belo dia , almoço de família, a mãe elogiando o o genro e desdenhando da filha... Cutuca daqui, cutuca dalí, o marido aquele feministão que a gente adora (contém ironia) tá lá lavando a louça na casa da sogra e dançando com as crianças na chuva, olha eleeeee.


E Clarisse resolve revelar pra filha que o seu pai não é seu pai biológico. E é a partir daí que tudo começa a desmoronar. Rosa fica realmente desnorteada com a notícia. Ela busca apoio no marido, apoio esse que não vem porque apesar dele querer passar a imagem de super colaborador é obvio que ele acha que ele e o dele é mais importante e ele abriu mão de muita coisa pela vida que eles levam hoje, como jogar bola com os amigos , por exemplo.
Rosa não está satisfeita com o trabalho dela, ela queria ser dramaturga.  E num dia ela resolve escrever um roteiro e enviar pra um concurso ao mesmo tempo que está fazendo um relatório pra empresa que ela trabalha. Dá pra imaginar o que acontece?
Pois é, ela manda o relatório pro concurso e leva o roteiro pra empresa.


Ela é demitida, claro. No dia seguinte a isso ela está terminando de arrumar as filhas pra escola e o marido, Dado, está de saída pra um congresso. A filha mais velha é bem insuportável, tá , é criança birrenta. Normal. Ele sai, ela lembra que ele tinha que ter assinado uma multa. Ela vai a janela pra chamá-lo e o vê cumprimentando uma mulher. Quem é ela? Eles estão tendo um caso?
Essa dúvida pra mim não ficou esclarecida.
Então ela vai ao mercado, encontra o pai de um colega da escola das filhas e ele sim dá ouvidos as reclamações dela.


É relevante que eu fale desse cara? Sim. Porque ele que a encoraja a procurar a mãe e esclarecer esse fato dela não ser filha do pai, que é interpretado por Jorge Mautner. Em alguns momentos eu tenho quase certeza que ele improvisa e que os risos de Rosa não faziam parte do roteiro. É aí que minha implicância com a Maria Ribeiro sumiu um pouco. Ela de fato parece ser a Rosa, a relação dela com o pai parece ser natural demais, assim como com a mãe.
Ela procura a mãe que conta quem é o pai biológico, ela some. E aparece o pai tentando cuidar das meninas.
Ela vai atrás do pai, nessa ida atrás do pai tem uma cena que a princípio eu pensei: "PRA QUE ISSO"?
Mas depois, refletindo, é o começo da libertação da Rosa. Ela aparece nua, de costas em frente a janela de onde ela está hospedada. É a libertação!
Numa outra conversa com a mãe ela fala que além de querer falar que Rosa não é filha de Homero também queria comunicar que está com câncer.
Rosa vive um conflito de não querer ser e ser como os pais, quem nunca se perguntou : 'Quando eu foi que virei minha mãe ( meu pai)?"


Não é meu filme preferido da Lais mas vale o entretenimento.
Sobre a música do post, eu ia falar de Show das poderosas da Anitta, mas só passar pra vocês que a música foi colocada no filme como um pedido de desculpas da própria diretora a cantora. Lais disse numa entrevista que quando Anitta surgiu ela mesma falou mal da cantora e depois foi vendo que não era como ela pensava.
A trilha conta com Como nossos pais, não cantada, apenas tocada e a cena é linda.
E Super Mulher, Jorge Mautner. Essa música está no álbum Pra Iluminar A Cidade, 1972.


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