quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Power to the people! Stick it to the man!

Sempre que eu penso em escrever um post ou começo pelo filme ou por uma música, Se escolho pelo filme preciso achar uma música que me chame a atenção nesse filme e escrever sobre as duas coisas, dessa vez escolhi pela música.
No dia 17 de agosto fez 30 anos que o Guns n' Roses lançou Sweet Child O' Mine e minha querida amiga Cinara postou isso no Twiter.
Então me veio a questão: "Qual filme tem Sweet Child na trilha?"
A minha memória é uma coisa lhoca ao mesmo tempo que lembro de coisas que ninguém lembra, esqueço de outras. Coloquei a cachola pra funcionar e lembrei de Capitão Fantástico. Pedi até perdão por ter esquecido desse filme. Como pude não lembrar dele de cara?
Porque esse filme merece um post e essa música tem muita importância nesse filme é deles que vou falar.
Bueno, por onde começar? Pela música que é mais fácil...
Sweet Child O' Mine está no álbum de 1987, Appetite for Destruction.


 Dizem que a música surgiu por acidente, Slash estava dedilhando sua guitarra pra "soltar as cordas" e saiu a introdução da música. Então Steven Adler o acompanhou e Izzy também entrou nessa brincadeira, inserindo alguns acordes. Duff fez então a linha de baixo e Adler a bateria. Essa é uma história.
A outra versão tem tudo isso aí mas que Axl fez a música pra sua namora e que ainda ofereceu metade dos lucros da música já que ela foi sua musa inspiradora.
Quando a música estava sendo gravada o produtos Spencer Proffer disse que a música precisava  de algo mais pois terminava no solo do meia, precisva de um breakdown. Ninguém sabia o que podia ser feito até que Axl começou a dizer "Where do we go ?Where do we go now?" e Proffer disse: é isso. Dizem que é verdade.


Foi a única música da banda a entrar no topo da Billboard e ganhou o Disco de Platina ( aliás isso ainda existe?) nos EUA.
O clipe foi dirigido por Nigel Dick que "descobri" nas minhas pesquisas dirigiu alguns clipes da Britney (Baby one more time e Ooops.. I did it again ,por exemplo) e Paradise City que é um clipe bem simples mas eu adooooooro!  Tem as namoradas dos integrantes da banda e o cachorro do Izzy, eu gosto bastante do cachorro.



Podemos encontrar a música na versão de Sheryl Crow em O Paizão, em O Lutador (2008), lá vem outra historinha, o filme tinha um orçamento baixo e queria usar a música na sua trilha, Axl liberou o uso sem que recebesse nenhum valor por isso.




E em Capitão Fantástico.
Com o perdão do trocadilho, Capitão Fantástico é fantástico mas como diz meu amô, não é pra todo mundo.
Capitão Fantástico é um filme de 2016, dirigido pelo novato Matt Ross.
Matt Ross é ator , seu primeiro filme foi  28 Hotel Rooms (2012)  não fez muito sucesso nos EUA e nem veio pro Brasil. Capitão Fantástico é seu segundo filme e provavelmente por ele ter amadurecido foi bem melhor, tanto que foi aplaudido por 10 (DEZ) minutos quando foi exibido em Cannes.


 Com roteiro do próprio Ross, posso dizer que com "Eu, Daniel Blake" é um filme que vem a calhar com a atual conjuntura do mundo,
No elenco temos Viggo Mortensen (sempre que vejo um filme com ele , penso : Como o cara é bom né? Tenho o mesmo sentimento com James Mcavoy e Mads Mikkelsen) como Ben, o pai da família que junto de sua esposa Leslie decide formá-la longe da sociedade, isolados de tudo, sem TV, internet e etc.
Criam os 6 filhos, Bo, Vespyr, Kielyr, Zaja, Rellian e Nai, dando a eles noções de civilidade, liberdade, sobrevivência.


Leslie pouco aparece, exceto nas lembranças de Ben, pois está hospitalizada e depois vem a falecer (Calma, isso nem é spoiler pois aparece inclusive no trailer). Eles são proibidos de irem ao funeral e enterro de Leslie mas há uma promessa que foi feita para o funeral da mãe e ela precisa ser cumprida.
Contra a vontade do sogro Jack ( Frank Langella que vocês devem lembrar por Frost/Nixon) eles seguem para a cidade e a viagem tem várias passagens interessantes. É bom demais ver como Ben cria seus filhos como quando ele questiona Kielyr o que els está lendo e ela está lendo Lolita. Ben pede que Kielyr dizer o que ela está achando o livro, ela diz: "Interessante", "Perturbador" e vem como palavras vazias, não tem ali uma opinião real. Ele confronta e manda ela ser mais específica e ela dá o enredo do livro e não é isso que ele quer, ele quer que ela dê sua opinião.

Outro momento que mostra como ele educa seus filhos é quando ele é questionado por sua irmã Harper (Kathryn Hann, que sempre faz papeis coadjuvantes em comédias românticas como "Como perder um homem em 10 dias" e "O amor não tira férias", mais recentemente fez Bad moms que não vi), e seu cunhado Dave (Steve Zahn, esse vocês deve ter visto vários filmes com ele) exatamente sobre essa educação e sugerem que ele deve integrá-los a sociedade, que tudo aquilo está prejudicando seus filhos.



Ben então chama seus sobrinhos e pergunta sobre a Declaração dos direitos a eles e é óbvio que eles não sabem responder. Então chama Zaja, que a inicialmente começa a falar letra por letra a declaração e Ben mais uma vez faz com que a criança fale a respeito e não declame.
Esses conflitos também acontece com Jack porque Jack representa tudo que Ben é contra. E nesse momento você pensa; "Como o capitalismo é cruel... " , tão cruel que põe em cheque esse ideal de liberdade, de não querer depender do capitalismo, até onde é possível viver dessa maneira.
Mas ainda assim eu continuo sonhando em criar filhos que pensem, que articulem , que questionem.
E marquem na agenda, dia 7 de dezembro é dia de Noam Chomsky.
Ah, e a cena que tem a música é emocionante. Poder ao povo! Abaixo o sistema!


Um comentário: